A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) instalou, nesta terça-feira (19), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Publicidade, criada para investigar supostas irregularidades em contratos de publicidade do governo estadual. Apesar do discurso oposicionista, a gestão da governadora Raquel Lyra (PSD) afirma que a CPI nasce sem legitimidade, construída sobre manobras partidárias, e vem sendo utilizada como um “circo político”, montado para desgastar o governo e projetar adversários para as eleições de 2026.
A denúncia que motivou a abertura da comissão envolve um contrato de até R$ 1,2 bilhão em dez anos e cita um suposto vínculo de um primo da governadora com uma das agências vencedoras da licitação. O governo já rebateu as acusações, reforçando que o processo licitatório foi conduzido dentro da legalidade, com critérios técnicos, impessoais e transparentes, seguindo modelos consolidados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e práticas utilizadas em outros estados.

A base governista acusa a oposição de ter recorrido a uma “dança das cadeiras” partidária para obter maioria na comissão. Três deputados do PSB migraram repentinamente para outras legendas, alterando artificialmente a correlação de forças na Alepe. Para a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (União Brasil), a manobra demonstra o caráter político-eleitoral da CPI. “Não se trata de investigar nada. Isso é um palanque antecipado, um circo armado para criar espetáculo e tentar enfraquecer o governo diante da população. A fiscalização deve existir, mas não desse jeito, desrespeitando a seriedade que uma CPI exige”, afirmou.
Mesmo após a tentativa de barrar a comissão na Justiça, o pedido foi negado. Ainda assim, governistas apontam que a composição carece de legitimidade, já que fere o equilíbrio entre bancadas e desconsidera os regimentos da Casa.
O governo estadual e as empresas citadas reafirmaram que não há qualquer irregularidade. A agência E3 Comunicação informou que venceu a licitação junto a outras três concorrentes, dentro da lei, e o empresário Waldemiro Ferreira Teixeira negou qualquer participação societária, classificando as acusações como “infundadas”.
Nos corredores da Alepe, a avaliação entre parlamentares aliados da governadora é de que o relatório final da CPI já nasce comprometido, servindo como peça de propaganda para a oposição. “O que vemos é um teatro montado, um verdadeiro circo político, onde a prioridade não é esclarecer fatos, mas produzir manchetes contra o governo. Estamos tranquilos porque sabemos que não há nada a esconder, mas não aceitaremos que usem o Parlamento como picadeiro eleitoral”, afirmou um deputado da base.
Dessa forma, enquanto a oposição busca transformar a CPI em espetáculo, o governo de Pernambuco garante que seguirá trabalhando com seriedade e transparência, reafirmando o compromisso de Raquel Lyra com a legalidade e o respeito aos recursos públicos.
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