Quase um mês e meio após o desligamento dos radares de velocidade nas rodovias federais, o governo federal finalmente se posicionou sobre o tema que vem preocupando motoristas, passageiros e especialistas em trânsito. Desde o dia 1º de agosto de 2025, a fiscalização eletrônica foi interrompida devido à falta de recursos destinados ao Programa Nacional de Controle de Velocidade (PNCV).
A responsabilidade pelo programa é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que em nota oficial confirmou que a suspensão é temporária, mas sem apresentar prazos ou previsões para a retomada dos contratos.
Falta de fiscalização, aumento de riscos
Com a suspensão, 3.887 faixas de tráfego em todas as 27 unidades da federação ficaram sem monitoramento eletrônico, o que representa um retrocesso no controle da velocidade em pontos críticos da malha rodoviária.
O impacto é grave: o Brasil registra, em média, 34 mil mortes por ano no trânsito, além de 1 milhão de feridos e 200 mil pessoas com sequelas permanentes, segundo dados de segurança viária. Especialistas alertam que a ausência dos radares expõe motoristas e passageiros a riscos ainda maiores, uma vez que o excesso de velocidade é um dos principais fatores que contribuem para a gravidade dos acidentes.
A decisão, vista como resultado de cortes orçamentários do governo federal, gerou protestos de entidades ligadas à segurança no trânsito, que acusam a União de negligenciar a vida dos brasileiros em nome de ajustes financeiros.
Nota oficial do DNIT
Em resposta às críticas, o DNIT divulgou nota afirmando que o PNCV continua sendo uma ferramenta relevante de preservação de vidas, mas não é a única. O órgão garantiu que está buscando alternativas técnicas para tentar minimizar os efeitos da suspensão.
“O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) esclarece que a suspensão do Programa Nacional de Controle de Velocidade (PNCV) é temporária em decorrência de ajustes orçamentários. A autarquia informa que foram suspensos os contratos que contemplam os 26 estados e o Distrito Federal, totalizando o monitoramento de 3.887 faixas.
O Departamento reitera que o PNCV é importante para a redução de sinistros de trânsito provocados pelo excesso de velocidade, sendo atualmente um dos instrumentos da política nacional de segurança viária, voltado à preservação de vidas e à redução de riscos nos trechos da malha rodoviária sob a administração desta autarquia. Contudo, o PNCV não é a única ferramenta com esta finalidade e o DNIT já está adotando medidas alternativas de engenharia voltadas à segurança viária para minimizar os riscos ou atenuá-los.”
Pressão por soluções imediatas
A indefinição sobre quando os radares serão religados preocupa principalmente motoristas profissionais, caminhoneiros e empresas de transporte, que temem o aumento da insegurança nas estradas. Para especialistas, a medida transmite a mensagem de que a segurança viária deixou de ser prioridade na agenda federal, o que pode resultar em mais acidentes e sobrecarga no sistema público de saúde.
Entidades ligadas à defesa da vida no trânsito já se mobilizam para pressionar o governo a retomar os investimentos na fiscalização eletrônica. Para elas, os custos de manter os radares ativos são muito menores do que os impactos econômicos e sociais provocados pelos acidentes.
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