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“A governadora caga e faz merda”: Júnior Matuto protagoniza ataque político de gênero e provoca revolta na ALEPE

Ataque com palavras de baixo calão contra a governadora Raquel Lyra expõe histórico de polêmicas de Júnior Matuto e gera críticas ao silêncio de parlamentares, incluindo Gleide Ângelo.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) viveu um momento de constrangimento e indignação nesta quarta-feira (13), quando o deputado estadual e ex-prefeito de Paulista, Júnior Matuto (PSB), utilizou palavras de baixo calão para atacar diretamente a governadora Raquel Lyra (PSDB) durante discurso no plenário. Em tom agressivo, afirmou: “a governadora caga e faz merda”, declaração considerada por especialistas como um ato de violência política de gênero — conduta que desrespeita e desqualifica a chefe do Executivo por meio de ofensas pessoais e sexistas.

O ataque, além de chocar parlamentares e servidores presentes, reforçou o perfil polêmico de Júnior Matuto, que já acumula uma longa lista de investigações e denúncias de corrupção em sua trajetória política. Mesmo assim, o presidente da ALEPE, Álvaro Porto (PSDB), optou por não intervir, não registrar advertência e nem mesmo interromper o discurso, decisão que gerou duras críticas e levantou acusações de corporativismo político.

A repercussão negativa se intensificou com o silêncio das deputadas presentes, especialmente de Gleide Ângelo (PSB), que construiu sua imagem pública na defesa das mulheres e no combate à violência de gênero. Diante de um episódio considerado explícito de desrespeito e machismo político, Gleide preferiu não se pronunciar, gerando reação imediata nas redes sociais. Muitos eleitores e militantes questionaram a coerência da parlamentar, apontando que a defesa dos direitos das mulheres não pode ser seletiva ou condicionada a conveniências partidárias.

Além do episódio desta quarta-feira, Júnior Matuto carrega um histórico marcado por escândalos:

  • Operações “Chorume” e “Locatário” (2020): apurações sobre suspeita de superfaturamento milionário em contratos de coleta de lixo e aluguéis de imóveis, com valores até 12 vezes superiores ao mercado.

  • Fraude em licitação (2021): suspeita de favorecimento a aliado político em projeto de marina com uso de licenças ambientais irregulares.

  • Desvios do Fundef: auditoria da gestão seguinte apontou uso indevido de mais de R$ 56 milhões.

  • Improbidade administrativa: denunciada pelo então vice-prefeito Jorge Carreiro, durante afastamento judicial de Matuto.

Para analistas ouvidos pela reportagem, o episódio reúne dois elementos preocupantes: o uso do mandato para ataques pessoais e machistas contra uma mulher no exercício do poder, e a omissão das lideranças políticas e parlamentares diante de condutas que deveriam ser coibidas imediatamente.

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