A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, nesta terça-feira (19), a operação “Infância Protegida”, que resultou na prisão de três pessoas suspeitas de envolvimento em crimes de abuso sexual contra uma adolescente de 14 anos, em Goiana, município da Zona da Mata Norte do estado.
Entre os detidos estão um homem e a esposa dele, apontados pelas investigações como responsáveis por dopar e estuprar a filha do acusado. O crime foi descoberto após denúncias e apurações conduzidas pela Delegacia de Goiana, que reuniu provas suficientes para solicitar os mandados de prisão à Justiça.
Segundo a corporação, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um de prisão decorrente de sentença condenatória. Entre os detidos estão dois homens, de 38 e 50 anos, além de uma mulher, cuja idade não foi informada. Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as identidades não foram divulgadas.
Detalhes da operação
O g1 teve acesso a um relatório interno da corporação que descreve como a operação foi organizada. Denominada “Infância Protegida”, a ação faz alusão à defesa da liberdade sexual de crianças e adolescentes, frequentemente violada em crimes de exploração e violência doméstica. A ofensiva contou com o apoio da Polícia Civil da Paraíba, fortalecendo a articulação interestadual no combate a esse tipo de crime.
Os presos foram levados à delegacia local para a realização dos procedimentos cabíveis. A Polícia Civil informou que as investigações continuam em andamento, especialmente para apurar o grau de participação do terceiro suspeito detido, já que até o momento não há informações claras sobre seu envolvimento direto no caso da adolescente.
Gravidade do crime
Casos como este se enquadram no crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal Brasileiro, que estabelece pena de 8 a 15 anos de prisão para quem pratica conjunção carnal ou atos libidinosos com menores de 14 anos. Quando há agravantes, como o uso de entorpecentes para dopar a vítima ou a participação de mais de um agressor, a pena pode ser ainda mais elevada.
Além das consequências criminais, situações de violência sexual contra crianças e adolescentes deixam marcas psicológicas profundas nas vítimas, exigindo acompanhamento especializado por parte de equipes de saúde, psicólogos e assistentes sociais.
Próximos passos
A Polícia Civil destacou que o inquérito segue em sigilo para preservar a identidade da vítima e evitar sua revitimização. A adolescente já está sob acompanhamento do Conselho Tutelar de Goiana e de serviços de assistência social do município.
De acordo com os investigadores, o objetivo é reunir todas as provas necessárias para que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereça denúncia formal à Justiça. Os suspeitos permanecem à disposição do Judiciário e poderão ser transferidos para unidades prisionais da região ainda nesta semana.
Reforço no combate à violência sexual
Autoridades destacaram a importância da denúncia anônima em casos de suspeita de abuso sexual infantil. A Polícia Civil reforçou que a população pode colaborar por meio do Disque 100 ou do telefone 181 (Disque-Denúncia), garantindo o sigilo das informações repassadas.
Com a operação, o governo estadual e a corporação reiteraram o compromisso de intensificar ações voltadas à proteção da infância e da adolescência em Pernambuco.
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