O PSDB de Pernambuco volta ao centro do noticiário político, mas não por conquistas eleitorais ou fortalecimento da sigla. Desta vez, o partido ganha destaque por mais um capítulo de suas disputas internas. A desembargadora Valéria Bezerra, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), derrubou a decisão da 16ª Vara Cível e devolveu a liderança da bancada tucana na Assembleia Legislativa (Alepe) ao deputado Diogo Moraes.
A medida representa uma derrota para a deputada Débora Almeida, que vinha ocupando o posto e questionava a legalidade da escolha de Moraes. Em seu argumento, Débora apontava que o colega não cumpria o prazo mínimo de filiação partidária. No entanto, o tribunal acatou a tese da Comissão Interventora do PSDB, segundo a qual tal exigência não se aplica quando há intervenção da Executiva Nacional.
Com a decisão, Diogo Moraes retoma não apenas a liderança da bancada, mas também o comando da CPI da Publicidade, considerada estratégica dentro da Alepe. O retorno ao cargo reforça sua posição política, mas também escancara o cenário de instabilidade no partido.
Mais do que uma vitória pessoal de Diogo, o episódio revela a fragilidade do PSDB pernambucano, cada vez mais dependente de decisões judiciais e da influência de Brasília. Nesse contexto, sobra pouco espaço para a construção de um projeto político consistente ou para o exercício de uma oposição efetiva ao governo estadual.
Outro ponto polêmico é que, em caso de empate na escolha da liderança, a palavra final caberá ao presidente da Alepe, Álvaro Porto — que, por coincidência, também preside o PSDB estadual. O acúmulo de funções levanta questionamentos sobre imparcialidade e concentração de poder.
Débora Almeida ainda pode recorrer, tendo prazo de 15 dias para apresentar sua contestação. Até lá, porém, Diogo Moraes reassume o posto e consolida terreno. A grande incógnita permanece: até quando o PSDB seguirá aprisionado em disputas internas, sem conseguir mostrar ao eleitor pernambucano que ainda tem relevância no tabuleiro político?
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